Lideranças e adeptos de religiões afro-brasileiras prestigiaram a sessão solene em homenagem ao “orixá guerreiro”, presidida pelo vereador Estevão Camolesi (PSDB), na noite de quinta-feira (29/06), no Plenário Tereza Delta.
Em seu discurso, o parlamentar abordou o tema da intolerância religiosa. “É nosso dever respeitar todas as crenças e religiões. Porém, vivemos em um mundo onde teoricamente o discurso cai muito bem, mas, na prática, cada um sabe o que passou para professar sua fé. Raramente encontraremos no Brasil doutrinas que foram tão perseguidas como o candomblé e a umbanda. Quando conversamos com pais e mães de santo com mais de 60 ou 70 anos, dificilmente encontraremos algum que não foi intimado a depor na delegacia por suas práticas religiosas. Acredito que, graças a pessoas como vocês, os tempos estão mudando e, apesar de ainda não serem os ideais, pois há muito a ser feito, estar aqui esta noite é uma conquista muito importante, algo impensável há 30 ou 40 anos”, afirmou na tribuna.
Durante o evento, personalidades da umbanda e do candomblé receberam certificados pelos relevantes serviços espirituais e sociais prestados à comunidade e pelo trabalho em prol da preservação dos costumes e tradições de matrizes africanas.
A cerimônia contou com a presença de Alex Mognon, secretário municipal de Esportes e Lazer; Mãe Maria Emília Campi Iyalajê, fundadora da Associação Federativa da Cultura e dos Cultos Afro-Brasileiros de São Bernardo do Campo - AFECAB; Pai Marcelo de Logun Edé, presidente da AFECAB; Iyalasé Daniele; Mãe Leda de Ogum; Dote Gbadessi Lossossi; Pai Dayvid de Ogum; Mãe Carmem de Oxum e Mãe Silzem de Oxum, convidados a compor a mesa de honra.
O dicionário Michaelis explica que, no panteão africano, Ogum (Ògún em iorubá) “é o orixá masculino mais comumente associado à forja, aos usuários do ferro e seus derivados e, em termos gerais, a todos os que utilizam ferramentas e trabalham a matéria inerte, submetendo-a a processos de modificação, atributo que o levou a ser considerado transmissor da técnica da metalurgia do ferro aos homens.
No Brasil, é mais cultuado como uma entidade arrebatada e passional, o arquétipo do guerreiro de grande coragem, que sempre ataca pela frente e é implacável com os inimigos”.
No sincretismo das religiões afro-brasileiras, é relacionado ao santo católico São Jorge, já que a devoção aos orixás era proibida no Brasil colônia.
O Dia de Ogum passou a integrar o calendário oficial de eventos e comemorações da cidade a partir do Projeto de Lei n.º 87/2020, de autoria do vereador licenciado Alex Mognon, atual secretário municipal de Esportes e Lazer.
Segundo a justificativa da proposta, “para defender e combater o racismo e a intolerância religiosa, é preciso reconhecer a contribuição das culturas de matrizes africanas, fomentar a construção e preservação da identidade dessas, visando reconhecer o patrimônio cultural imaterial, abrangendo as expressões culturais e as tradições, em respeito da sua ancestralidade, para as gerações futuras”.
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