Acima, o vereador Netinho Rodrigues entre adeptos da umbanda e do candomblé. Ele comemorou do “Dia do Axé” na Câmara Municipal, “onde não se olha a cor, a posição social, a profissão e nem a opção religiosa dos cidadãos. Aqui é o altar da democracia; é nele a nossa pregação, a liturgia da liberdade, da igualdade e da fraternidade”, afirmou. Foto: Oscar Jupiraci

Durante a comemoração do “Dia do Axé”, líderes e representantes de templos, tendas e terreiros de umbanda e candomblé receberam certificados de honra ao mérito, concedidos pelo vereador Netinho Rodrigues (PP) em uma sessão solene na noite de terça-feira (01/11), no Plenário Tereza Delta.

Acima, Netinho Rodrigues entre o Dr. Ricardo Monte Oliva e a Dra. Clarice Albarelli na mesa de honra. Ao criar o “Dia do Axé” em São Bernardo do Campo, o vereador buscou trazer novos conhecimentos à população sobre as religiões de matrizes africanas para combater o preconceito e a intolerância religiosa. Foto: Oscar Jupiraci

Para o parlamentar, ressaltar a diversidade religiosa por meio da autoria da Resolução nº 3.322, de 4 de março de 2022 é motivo de orgulho. “Esta é uma noite de júbilo para esta Casa de Leis, que mais uma vez se mostra extremamente democrática, principalmente em uma época em que a democracia enfrenta tentativas absurdas de destruição. Não podemos aceitar o cerceamento das liberdades da sociedade, da imprensa, da política e também da religião. Assistimos, em diversos cantos do país, violências religiosas que não podem ser permitidas, muito menos toleradas. O respeito às diferenças é a base da convivência em sociedade”, defendeu na tribuna.

A partir da esquerda, Mãe Marilu Aparecida Berbelle Marques, do Tempo de Culto ao Povo do Oriente e a Deusa dos Ventos, o Sarapebê Igor de Oxoguian e seu pai, o Babalorixá Miguel de Ogum, da casa Ilé Àse Omo Okorín Alàdá Meji, na tribuna do Plenário Tereza Delta. Fotos: Oscar Jupiraci

A palavra “axé” e seus diversos significados

Os convidados da sessão solene em comemoração ao “Dia do Axé” no Plenário Tereza Delta. Fotos: Oscar Jupiraci

Na língua iorubá significa poder, energia ou força presente em cada ser ou em cada coisa. Nas religiões afro-brasileiras, o termo representa a energia sagrada dos orixás.

O “axé” pode ser representado por um objeto ou um ser que será carregado com a energia dos espíritos homenageados em um ritual religioso. Dentro e fora do contexto religioso, “axé” é uma saudação utilizada para desejar votos de felicidade e boas energias.

Axé é, também, um gênero musical que surgiu na Bahia na década de 1980, durante as folias do carnaval de Salvador. É uma mistura de ritmos musicais, como o frevo pernambucano, o maracatu, o reggae e o forró.

Na capoeira, representa força, ânimo e energia. Uma roda de capoeira cheia de “axé” é uma roda animada e alegre.

Algumas vezes, o termo pode ser utilizado como uma saudação, um cumprimento por meio do qual se deseja, ao próximo, coisas boas, força, ânimo e energia.

Esta, talvez, seja a palavra mais conhecida e utilizada por todas as pessoas iniciadas ou não nas religiões afro-brasileiras. Também é empregada para sacramentar certas frases ditas entre o povo de santo.

Por sua grafia, explica-se que axé significa: “awa” = nós; se = realizar, ou seja, nós realizamos, com a ajuda, a força e o poder de nossa crença nos Orixás e nos nossos ancestrais.

“Axé” também pode significar vida e tudo que tem vida tem origem.

Na tradição dos orixás, “axé” também pode significar a “força das águas, do fogo, da terra, das árvores, das pedras”, enfim, de tudo que tem vida, pois o Candomblé é um culto de celebração à vida e a toda a força que dela advém, ou seja, o próprio culto é o “Axé.

(Fonte: Projeto de Resolução nº 06/2022)

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