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abre respsocialDia da Responsabilidade Social contou com representantes de diversas empresas que contaram um pouco sobre suas experiências. Foto: Oscar Jupiraci.

Na noite da última terça-feira, 30 de outubro, foi comemorado o Dia da Responsabilidade Social no município de São Bernardo do Campo na Câmara Municipal. A solenidade foi presidida pelo vereador Mauro Miaguti e realizada nos termos da Resolução nº 3.091, de 9 de fevereiro de 2017.

O evento também foi palco do 1° Fórum “Inclusão Social para o Desenvolvimento Sustentável” com o objetivo de conscientizar os diferentes setores da sociedade sobre a importância da inclusão social na construção de um país mais justo e sustentável.

Compuseram a mesa de honra: Fernando Martini, secretário adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Trabalho e Turismo, representando o prefeito Orlando Morando; Claudio Barberini Junior, diretor titular do CIESP de São Bernardo do Campo; Jorge Alberto Corso, vice-diretor do CIESP de São Bernardo do Campo; Vitor Seravalli, sócio-diretor da Seravalli Consulting; Ana Manssour, do Verbo Mulher; Edvaldo Picolo, gerente de recursos humanos, área de sustentabilidade da Volkswagen do Brasil; Dener Lúcio Goudinho, gerente de recursos humanos da Wheaton; Satoshi Fukuura, CEO do Grupo Siscom e mentor estratégico da ONG Adote um Cidadão; Andreza Matsumoto e Mario Augusto Costa Valle, responsáveis pelo programa de inclusão e diversidade da rede Senac.

Durante seu pronunciamento, Mauro Miaguti destacou que a sessão foi um momento importante de reflexão sobre que futuro queremos para o nosso país e de que forma as ações que realizamos hoje repercutirão mais adiante. “Quando falamos sobre fazer o bem, sobre inclusão social, é algo que se constrói no coletivo, que é justamente o que estamos fazendo aqui: construindo algo conjuntamente, conhecendo as experiências de sucesso que podem nos inspirar a sermos melhores e fazermos muito melhor e muito mais pelo próximo. O futuro sustentável só é possível se for construído em equipe”, comentou o vereador. Os casos apresentados na noite são exemplos que devem ser replicados.

discurso mauro“Esse é o primeiro evento de responsabilidade social e tenho certeza que vai ser um passo para que cada vez mais a gente fortaleça esse tema na nossa cidade”, ressaltou o vereador. Foto: Oscar Jupiraci.

Miaguti também comentou sobre a importância de ajudar pessoas que mais necessitam. “Muitas delas estão em condições de tamanha vulnerabilidade que sequer conseguem levantar para pescar o peixe e vimos que muitas vezes precisamos dar o peixe para proporcionar força para que as pessoas consigam ir trabalhar”, enfatizou. E aí entra a importância de projetos sociais sérios que atraem jovens das ruas e muitas vezes os resgatam das drogas. Projetos sociais são importantes para que os jovens aprendam o que é liderança, trabalho em equipe, respeito ao professor.

Um deles é o estúdio de dança Passo a Passo, que nasceu do sonho de Nilva Souza, oriunda do Maranhão, que dá aulas de dança para crianças e jovens da periferia de São Bernardo do Campo. Hoje atende cerca de trezentos jovens.

Além da dança, outra forma de dar uma oportunidade ao jovem é através do esporte que transforma suas vidas e de suas famílias. A prática esportiva introduz conceitos de garra, determinação, trabalho em equipe e respeito. Ricardo de Campos Oliveira e Daniel Robert Suarez (Cubano) são idealizadores do projeto Mão Solidária. O projeto usa o handebol para desenvolver nos jovens o sonho e a vontade de transformar.

mosaico titulo empresa comprometidaNilva Souza e Ricardo de Campos Oliveira receberam uma homenagem com o título de Entidade Comprometida com o Desenvolvimento Sustentável de São Bernardo do Campo. Fotos: Oscar Jupiraci.

Atrair os jovens, mostrar o quão capaz eles são para transformar a sua realidade para que possam pensar no futuro profissional é o que faz a ONG Adote um Cidadão, através da educação empreendedora que oferece cursos profissionalizantes gratuitos de curta duração. Antônio Veiga, idealizador da ONG, recebeu a medalha João Ramalho, maior honraria da cidade. O projeto também faz um trabalho de inclusão com pessoas com deficiência.

antonio veiga medalhajrAntônio Veiga, idealizador da ONG Adote um Cidadão, recebeu a Medalha João ramalho das mãos de Claudio Barberini Junior, diretor titular do CIESP SBC. Foto: Oscar Jupiraci.

1° Fórum “Inclusão Social para o Desenvolvimento Sustentável”

Após as considerações do parlamentar e entrega das homenagens, o Sr. Vitor Seravalli, membro do Conselho de Administração da Fundação ABRINQ e sócio-diretor da Seravalli Consulting coordenou os trabalhos no 1° Fórum “Inclusão Social para o Desenvolvimento Sustentável”, promovido pelo CIESP SBC e pelo vereador Mauro Miaguti. O evento tem como inspiração a Agenda 2030 da ONU que é um plano de ação para as pessoas, para o planeta e para a prosperidade. A agenda é composta de 17 objetivos para o desenvolvimento sustentável e conta com 169 metas. Entre os 17 objetivos está a redução das desigualdades através da inclusão social, tema que foi debatido pelas empresas convidadas: Verbo Mulher (que trabalha com o empoderamento feminino); Projeto Adote um Cidadão (que capacita deficientes físicos para o mercado de trabalho); SENAC, Wheaton e Volkswagen do Brasil.

vitor seravalli“O Brasil tem um grande desafio na inclusão social no que tange à desigualdade e diversidade”, comentou Vitor Seravalli, coordenador do Fórum. Foto: Oscar Jupiraci.

Ana Manssour, idealizadora da iniciativa Verbo Mulher cujo foco é o empoderamento feminino. O objetivo principal é proporcionar às empreendedoras e empresárias do ABC oportunidade de aprimoramentos, conhecimentos e expansão da rede de relacionamentos. Atende profissionais que vieram do mundo corporativo, quase todas ex-executivas que trabalharam por muitos anos em empresas de variados segmentos da região e por razões similares estão em busca de alternativa de trabalho. “O desemprego começa com as mulheres, elas, num primeiro momento, dão mais despesas para as empresas seja por causa da maternidade ou outros fatores”, comentou Ana. O Verbo Mulher oferece palestras, cursos, oficinas e outras vivências para ampliar o conhecimento profissional e técnico das mulheres e também para que elas possam aprender a lidar com questões emocionais e comportamentais e estabelecer vínculos de solidariedade.

Satoshi Fukuura, CEO do Grupo Siscom e mentor estratégico da ONG Adote um Cidadão. O objetivo do projeto é promover equidade de condições de participação no mercado de trabalho a cidadãos menos favorecidos socioeconomicamente, entre os quais pessoas com deficiência e oriundas de famílias de baixa renda, cidadãos da terceira idade, crianças e adolescentes em situação de risco, através de sua inclusão digital, propiciando acesso a tecnologias de comunicação e a processos de qualificação profissional. Conscientizam indivíduos acerca de seu papel como agentes no processo de inclusão, integração e desenvolvimento social, econômico, político, cultural, ecológico, esportivo e educacional na sociedade. Qualificam os cidadãos para competirem de forma efetiva no mercado de trabalho, possibilitando-os a interagir com as atuais mudanças geradas pela globalização. “Somos impactados quando participamos e movimentamos o amor que existe em nós para influenciar o outro. Se você não sabe quem você é, você não consegue se relacionar com qualquer outra pessoa ou entidade. As empresas devem, mais do que cumprir cota, tornar o deficiente um cidadão”, comentou Fukuura. Boa parte dos jovens atendidos pela ONG vem de famílias desestruturadas: não tiveram pais que dessem limite, que explicassem o que é certo ou errado, que dissessem que eles eram capazes.

Andreza Matsumoto e Mario Augusto Costa Valle, responsáveis pelo programa de inclusão e diversidade da rede Senac. O programa nasceu em 2002 com o objetivo de contratar profissionais com deficiência para o quadro de funcionários do Senac. Mais do que eliminar as barreiras físicas, qualquer cargo do Senac é acessível para qualquer pessoa. Atualmente são 490 profissionais com deficiência num universo de mais de 9.500 funcionários. “Temos profissionais em todas as linhas de trabalho e com os perfis mais diversos, considerando, inclusive, deficiências mais severas”, destacou Andreza. Além de terem sido contratadas, observa-se uma evolução em suas carreiras enquanto estão no Senac: em 2016, 34% do quadro de funcionários com deficiência havia sido promovido pelo menos uma vez; em 2017 foram 51% e em 2018 foram 57%.

Dener Lúcio Goudinho, gerente de recursos humanos da Wheaton. A empresa tem um grupo de trabalho que atua em cinco frentes voltadas para a inclusão: socioeconômico, pessoas com deficiência, LGBT, raça e etnia e equidade de gênero. “Procuramos dar oportunidade para todas as pessoas, independentemente de experiência, escolaridade, nível social”, ressaltou Dener. A empresa adota políticas de seleção de profissionais sem estipular metas ou cotas, independente de raça ou etnia, mantendo, inclusive, parcerias com organizações de refugiados para oferecer oportunidades de emprego. Também tem projetos para dar oportunidade a ex-presidiários e moradores de rua.

Edvaldo Picolo, gerente de recursos humanos, área de sustentabilidade da Volkswagen do Brasil. O gerente falou sobre igualdade de gênero e empoderamento feminino na Volkswagen. Inclusão é garantir que a diversidade existente na empresa tenha chances iguais de desenvolvimento e de promoção. Igualdade de gêneros é a base para a construção de uma sociedade livre de preconceitos e discriminações. Empresas com diversidade de gênero têm desempenho melhores que aquelas menos inclusivas. A promoção de igualdade entre homens e mulheres é requisito necessário e fundamental para o desenvolvimento. “A Volkswagen assegura a igualdade de oportunidades e de acesso a todos os candidatos independente do sexo, garantindo que todos possam demonstrar plenamente as suas competências com vista a recrutar pessoas com talentos diversificados”, afirmou Edvaldo. A Volkswagen adotou objetivos internos para elevar a participação de mulheres em cargos de gestão, seja na produção, na área administrativa ou no comitê da alta administração. Transformar a cultura organizacional para que ocorra a diversidade e inclusão na empresa é um processo que deve ser feito de forma estruturada para que não gere desconforto entre os empregados. “Líderes e gestores também têm que estar preparados para apoiar a transformação e acolher diferentes culturas. Quando realizado um bom trabalho, logo as mudanças são percebidas. Diversidade e inclusão nas empresas devem ser uma das metas do planejamento estratégico de qualquer empresa para que seus benefícios possam ser aproveitados”, concluiu o gerente de recursos humanos.

palestrantesAna Manssour; Satoshi Fukuura; Andreza Matsumoto e Mario Augusto Costa Valle; Dener Lúcio Goudinho e Edvaldo Picolo participaram do Fórum contando suas experiências com a responsabilidade social. Fotos: Oscar Jupiraci.