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ss abreA partir da esquerda, o bispo da Arquidiocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, e o vereador Antonio Carlos. Foto: Oscar Jupiraci

A discussão aconteceu em uma sessão solene realizada na noite de sexta-feira, dia 15 de junho, no Plenário Tereza Delta. O evento, realizado nos termos da Resolução nº 2.942, de 9 de maio de 2013, foi uma iniciativa do vereador Antonio Carlos, o Toninho da Lanchonete (PT).

ss toninhoPara o vereador Antonio Carlos, responsável pela solenidade, os números crescentes revelados pelas pesquisas sobre a violência mostram a necessidade de reflexão do tema. Foto: Oscar Jupiraci.

Para ele, a participação da população no debate dos assuntos definidos pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasill (CNBB) é essencial. “Ao refletir os temas propostos buscamos o bem-estar, o bem comum e a integridade do ser humano. Uma solenidade como esta é muito importante, pois permite o envolvimento da sociedade nesta discussão. Se quisermos mudar algo em nossas vidas e em nosso país, temos que começar em nossa comunidade. Através de associações e comissões de bairro, com a participação ativa de todos nesse processo, podemos colaborar para uma sociedade mais justa, fraterna, humana e igualitária”.

A Campanha da Fraternidade é realizada anualmente pela Igreja Católica com o objetivo de despertar a solidariedade e chamar a atenção das pessoas para alguma situação que exija mudanças. Neste ano, o tema é “Fraternidade e Superação da Violência”. O documento aponta formas e tipos de violência no Brasil, dando destaque às praticadas contra os negros, os jovens e as mulheres. 

No ano de 2016, 62.517 pessoas foram assassinadas no Brasil, o que equivale a uma taxa de 30,3 mortes para cada 100 mil habitantes. Os dados são do Ministério da Saúde e foram divulgados no início do mês no Atlas da Violência 2018, apresentado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Segundo a análise, a taxa de homicídios no Brasil corresponde a 30 vezes a da Europa, e o país soma 553 mil pessoas assassinadas nos últimos dez anos.

Todos os estados que lideram a taxa de letalidade estão na Região Norte ou no Nordeste: Sergipe (64,7 para cada 100 mil habitantes), Alagoas (54,2), Rio Grande do Norte (53,4), Pará (50,8), Amapá (48,7), Pernambuco (47,3) e Bahia (46,9). As maiores variações na taxa foram observadas em São Paulo, onde houve redução de 56,7%, e no Rio Grande do Norte, que registrou aumento de 256,9%.

ss bispo dom carlos“Em São Bernardo do Campo, a criminalidade está intimamente relacionada à pobreza. A periferia concentra crimes relacionados ao contexto social, como tráfico de drogas, homicídios e agressão à mulher”, afirmou Dom Pedro Carlos Cipollini. Foto: Oscar Jupiraci

Ao mencionar estes e outros dados em sua palestra, o bispo da Arquidiocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, afirmou que o Brasil é um país violento. “Não podemos nos iludir com a ideia de uma nação cordial. Na sociedade atual, dominada pelo dinheiro, corremos o risco de perder a noção de que a paz deve ser o modo normal de viver em comunidade e não a violência. Vemos, ao nosso redor, vários tipos de violência que se expressam na convivência humana: racial, doméstica, religiosa, no trânsito, contra jovens, mulheres e crianças”.

Ele procurou analisar ainda as causas dessa violência. “Há uma criminalidade não armada, mas que é violenta a longo prazo. Trata-se da corrupção que, ao desviar recursos de áreas importantes, como a Educação, por exemplo, produz miséria. Como uma pessoa sem formação vai arrumar um bom emprego? Desempregada não consegue sustentar sua família. Este ano, a arma pacífica para acabar com a corrupção estará nas mãos da população: o voto. Escolha bem seus candidatos”, alertou.

ss slideOs convidados da mesa de honra da solenidade. Foto: Oscar Jupiraci.

Além do bispo Cipollini; Dr. José Roberto Gil Fonseca, secretário municipal de Cidadania, Assuntos Jurídicos e Pessoa com Deficiência, representando o prefeito Orlando Morando; a deputada estadual Ana do Carmo (PT) e o padre Carlito Dal´Agnese compuseram a mesa de honra ao lado de Antonio Carlos e sua esposa, Élide Pirinelli da Silva.

O parlamentar ainda homenageou vários cidadãos e entidades que, segundo ele, “fizeram a diferença em suas comunidades, atuando de forma benevolente e voluntária para fazer do mundo um lugar melhor”.

Com informações da Agência Brasil

Destaques da cerimônia

mosaicoA partir da esquerda, a Bíblia Sagrada, a imagem de Nossa Senhora Aparecida e a bandeira do Sagrado Coração de Jesus foram entronizadas em Plenário. Fotos: Oscar Jupiraci.

ss musicosAs músicas da solenidade foram executadas pelo quarteto formado por Aécio, Paula Eduarda, Vinícius e Manoel. Foto: Oscar Jupiraci.

ss carlitoApós o encerramento regimental da cerimônia, o Padre Carlito Dal´Agnese (com o microfone), um dos integrantes da mesa de honra, foi convidado a fazer uma oração. Foto: Oscar Jupiraci.

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