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ss surdo capaO vereador Ivan Silva (SD) presidiu a solenidade. Foto: OscarJupiraci

Para marcar a data, foi realizada uma sessão solene no Plenário Tereza Delta na terça-feira (26/09) à noite. De acordo com o Ministério dos Direitos Humanos, trata-se de “uma oportunidade para relembrar os desafios e as lutas por melhores condições de vida das pessoas com deficiência auditiva”.

ss surdo ivanVereador Ivan Silva discursa na tribuna do Plenário Tereza Delta. Foto: Oscar Jupiraci

“Presido esta sessão para chamar a atenção para os anseios da comunidade surda, que, só em São Bernardo do Campo, passa de 15 mil pessoas. São necessárias mais políticas públicas, ações inclusivas e medidas de acessibilidade para estes cidadãos. É necessário assegurar o acesso dos surdos à comunicação. Eles encontram muita dificuldade no atendimento nos órgãos públicos e privados, pois não há intérpretes de Libras, a língua de sinais, para auxiliá-los. Defendo esta bandeira: que a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) seja cumprida, não só para os surdos, mas para as pessoas com deficiência da nossa cidade”, afirmou o vereador Ivan Silva (SD), autor da iniciativa.

ss surdo raquelA pesquisadora Raquel Lopes promoveu uma reflexão sobre o mercado de trabalho para os surdos. Foto: Oscar Jupiraci

Para Raquel Lopes, pesquisadora e doutoranda da Universidade Mackenzie, um dos muitos desafios enfrentados pelos surdos é a inserção no mercado de trabalho. Ela iniciou sua fala citando a Lei de Cotas, que obriga a empresa com 100 ou mais funcionários a preencher um percentual de 2% a 5% de suas vagas com pessoas com deficiência.

“Mas precisamos discutir como esta lei vem sendo aplicada. Pesquisas recentes feitas com surdos, gerentes e donos de empresas comprovam que existe um preconceito cultural muito grande. Muitas firmas ainda têm a visão de que o surdo é uma pessoa doente e incapaz de desenvolver algumas habilidades. Quando contratado, ele permanece um longo tempo ocupando o mesmo cargo, ou seja, existe pouca ascensão profissional. Por fim, muitas instituições entendem a acessibilidade somente como espaço físico e, para surdo, é a língua de sinais. A presença do intérprete permite que ele consiga interagir e aprimorar seu trabalho”, salientou Raquel em seu discurso.

ss surdo homenagemFoto: Oscar Jupiraci

Durante a cerimônia, representantes da EMEB Neusa Bassetto, integrantes da equipe de Badminton de São Bernardo do Campo, professores e instrutores surdos da rede municipal de ensino e líderes da comunidade surda foram homenageados pelo vereador Ivan Silva.

ss surdo mesaFoto: Oscar Jupiraci

Mesa de honra

Além dele e de sua esposa, Fani de Melo, ocuparam lugares de destaque, Marcelo Lima, vice-prefeito e Secretário Municipal de Serviços Urbanos, representando o prefeito Orlando Morando; Ademir Silvestre, diretor-presidente da ETCSBC, representando os Secretários Municipais; Paulo Vieira, representando a deputada federal Mara Gabrilli e os líderes da comunidade surda; Neivaldo Augusto Zovico, diretor regional da Federação Nacional dos Surdos (Feneis); Walda Bastos Duarte, professora e fundadora da EMEB Neusa Bassetto; Manoel Eduardo Galves Gori, presidente da Confederação de Badminton de São Bernardo do Campo e técnico da seleção brasileira de surdos; Raquel Lopes, pesquisadora e doutoranda da Universidade Mackenzie; e Cezar Pedrosa de Oliveira, representando os professores da EMEB Neusa Bassetto.

ss surdo plenárioOs convidados assistem à solenidade no Plenário Tereza Delta. Foto: Oscar Jupiraci

População surda

O Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicou que cerca de 9,7 milhões de brasileiros têm deficiência auditiva, o que representa 5,1% da população brasileira. Deste total, aproximadamente 2 milhões têm deficiência auditiva severa e 7,5 milhões apresentam alguma dificuldade auditiva.

Estudos apontam que esse número deve crescer com o aumento da população idosa no país e a demora na identificação de problemas auditivos que poderiam ser reversíveis se constatados até 6 meses de idade.

 

O Dia Nacional do Surdo foi oficializado por meio da Lei nº 11.796, de 29 de outubro de 2008. A data lembra a criação da primeira Escola de Surdos no Brasil, na cidade de Rio de Janeiro, em 26 de setembro de 1857. Na época, o Imperador Dom Pedro II convidou o professor surdo E. Huet, da França, a vir ao Brasil lecionar aulas para crianças surdas.

Com informações da Agência Senado e da Assessoria de Comunicação Social do Ministério dos Direitos Humanos

 

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Ouça aqui os áudios das sessões solenes da Câmara Municipal de São Bernardo do Campo